Recomendações da APAVC
Preâmbulo
A Associação Portuguesa de AVC (APAVC), como defensora que é de todos aqueles que se encontram em risco de desenvolver um acidente vascular cerebral (AVC) ou de todos aqueles que já sofreram um AVC, publica um conjunto de recomendações, com o objetivo de dotar os seus associados e o público em geral, da informação necessária, destinada à obtenção dos melhores desfechos e dos mais corretos cuidados de saúde.
Recomendações:
1º A APAVC recomenda que as pessoas com sintomas suspeitos de AVC telefonem para o 112, no máximo 5 minutos, depois de começarem com sintomas.
2º A APAVC não aconselha que as pessoas com suspeita de AVC telefonem para os bombeiros, situados perto das suas residências.
3º A APAVC considera ser muito perigoso, o transporte em viatura própria ou em táxi, na suspeita de AVC.
4º A APAVC recomenda que, as pessoas com suspeita de AVC, sejam transportadas, onde possível, para um hospital qualificado para tratar AVC, idealmente no prazo máximo de 30 minutos, depois de começarem com os sintomas.
5º A APAVC considera ser intolerável que, as pessoas com suspeita de AVC sejam transportadas para um hospital qualificado para tratar AVC, depois das 2 horas, do início dos sintomas.
6º A APAVC declara ser fundamental que as pessoas com AVC iniciem o tratamento, dentro dos primeiros 60 minutos, após o início dos sintomas para obterem o máximo de benefício.
7º A APAVC considera que as pessoas com AVC, que iniciem o tratamento depois das três horas do começo dos sintomas, obtêm um beneficio menos notório face às pessoas que cheguem mais cedo.
8º A APAVC entende que as pessoas com AVC, que iniciem o tratamento, depois das seis horas do começo dos sintomas, são os que beneficiam menos com a intervenção médica.
9º A APAVC recomenda que, o tratamento do AVC agudo deva ser efetuado em hospitais qualificados e com unidades de AVC (locais do hospital, onde melhor são tratados os doentes com essa doença, porque dispõem de médicos e enfermeiros, com competência e em permanência física, 24 sobre 24 horas).
10º A APAVC aconselha que, as pessoas com suspeita de AVC optem pelos hospitais capazes de iniciar o tratamento, na primeira meia hora, após a chegada ao hospital.
11º A APAVC não aconselha que, as pessoas com suspeita de AVC recorram a hospitais, incapazes de iniciar o tratamento do AVC, na primeira hora, após darem entrada nos seus serviços de urgência.
12º A APAVC recomenda que, a população prefira os hospitais e centros de saúde, com consultas de risco cerebrovascular (consultas específicas de seguimento, para todos aqueles que já tiveram AVC ou estejam em risco de desenvolver AVC).
13º A APAVC considera inaceitável que, as consultas para doentes vítimas de AVC, demorem menos de 20 minutos.
14º A APAVC recomenda que, todos os doentes vítimas de AVC, com compreensão preservada e viabilidade de recuperação, possam ser tratados em unidades de reabilitação de AVC, em regime de internamento, pelo menos, durante os 3 primeiros meses, após o evento.
15º A APAVC considera em muito elevado risco de desenvolver um AVC, todos aqueles, nas seguintes situações:
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Pessoas que já tiveram um AVC ou AIT (Acidente Isquémico Transitório, popularmente conhecido por ameaça de AVC).
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Pessoas com 65 ou mais anos
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Pessoas com fibrilhação auricular (arritmia no coração caracterizada por batimentos cardíacos irregulares / refletivos em pulsação irregular)
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Pessoas com diabetes
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Pessoas com tensão arterial, quase sempre ≥180/110mmHg
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Pessoas que sofram, em simultâneo, de obesidade, inatividade, diabetes e hipertensão arterial (mesmo que, estas duas últimas doenças estejam controladas)
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Pessoas com hábitos tabágicos (fumadoras de cigarros)
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Pessoas que sofram de apneia do sono (pessoas que deixam de respirar quando estão a dormir, têm um ressonar alto, cansaço permanente, tendência para adormecer com facilidade, ou para dormitar durante o dia)
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Pessoas que antecedentes de enfarte do miocárdio
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Pessoas com estenose carotídea grave (artéria carotídea, com grande aperto ou quase entupida)
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Pessoas com isquemia crónica dos membros inferiores (pessoas com dores na barriga da perna, durante a marcha, devido à presença de artérias nos membros inferiores, quase entupidas)
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Pessoas com cancro ativo (em tratamento)
13º A APAVC considera em elevado risco de desenvolver um AVC, todos aqueles, nas seguintes situações:
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Pessoas com tensão arterial sempre acima de 140/90mmHg
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Pessoas muito obesas (IMC ≥ 35kg/m2)
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Pessoas com insuficiência cardíaca (coração fraco)
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Pessoas abusadoras de álcool (homens que bebam mais de 4 copos de vinho ou mais de 4 cervejas, por dia e mulheres que bebam mais de 2 copos de vinho ou mais de 2 cervejas, por dia)
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Pessoas que não façam, pelo menos, 30 minutos de atividade física moderada, por dia
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Mulheres que sofram de enxaqueca, associada a aura, que em simultâneo tomem contracetivos orais (pílula)
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Pessoas com adição em cocaína, heroína, anfetaminas, etc.
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Pessoas com insuficiência renal crónica, moderada a grave
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Pessoas que se alimentem de forma errada ou excessiva.