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O que é o AVC?

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença que acontece de um minuto para o outro, num dos muitos milhares de vasos sanguíneos, uns de grande e outros de pequeno calibre, presentes no cérebro. Existem, sobretudo, dois tipos de AVC. Um deve-se ao entupimento e o outro deve-se ao rompimento de uma dessas inúmeras artérias.

 

O entupimento da artéria é quase sempre devido a um coágulo (trombo) ou a um ateroma, localizado numa das artérias que irrigam o cérebro. O ateroma é uma placa constituída por colesterol, vários tipos de células e cálcio, que se forma nas paredes das artérias. O seu crescimento é favorecido por certos fatores genéticos, pela idade, hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, obesidade, dieta errada e abuso do tabaco. A sua progressão faz estreitar cada vez mais a artéria, até que um dia, esta acaba por ficar completamente ocluída. Se o entupimento persistir demasiado tempo, a área do orgão que é alimentada por essa artéria, acaba por morrer, originando um enfarte. O ateroma é, pois, a manifestação mais perigosa de uma doença que afeta as artérias mais importantes do corpo humano, a que se dá o nome de, aterosclerose, a doença a que nenhum ser humano pode fugir, mas que todo o ser humano pode retardar.

Se o ateroma obstruir uma das artérias que irrigam o coração, provoca um enfarte do miocárdio. Se o ateroma obliterar uma das artérias renais ou intestinais causa um enfarte renal ou intestinal, respetivamente. Se o ateroma entupir uma das artérias que irrigam os membros inferiores, determina uma oclusão arterial aguda, que pode levar à gangrena de partes do membro atingido. Por fim, se o ateroma ocluir uma das artérias que irrigam o cérebro, origina um enfarte cerebral ou trombose cerebral ou um acidente vascular cerebral (AVC). Estes termos são indiferentemente empregues pelos médicos, porque são sinónimos. Se a artéria entupida for de grande calibre, o tamanho do cérebro em risco de morrer é muito grande (o enfarte ou AVC é grande) e, de um modo geral, os sintomas são mais graves, incapacitantes e a possibilidade de morrer é considerável. Se a artéria entupida for de pequeno calibre, muitas vezes, abaixo de meio milímetro, o tamanho do cérebro que pode morrer é muito pequeno (o enfarte ou AVC é pequeno) e, a pessoa fica, geralmente, com menos sintomas, menos incapacidade e o doente não costuma correr o risco de vida. Este mesmo princípio se aplica aos enfartes, localizados noutros orgãos.

 

Mas se o entupimento da artéria puder ser revertido a tempo, a pessoa não desenvolve enfarte e portanto não fica com qualquer parte do orgão morto. A nível cerebral, os médicos já conseguem dissolver o coágulo ou desentupir algumas das grandes artérias cerebrais, se o doente chegar antes de ter acontecido a morte do tecido cerebral. É por esta razão que os médicos pedem aos doentes com suspeita de AVC ou de enfarte de miocárdio, que se dirijam a um serviço de urgência hospitalar, o mais depressa possível.

Quando uma artéria se rompe, surge uma hemorragia cerebral, o mesmo é dizer, um AVC hemorrágico. À semelhança do que acontece com o AVC isquémico, se a artéria que rompe for de grande calibre, a pessoa fica com sintomas gravíssimos, muita incapacidade e com grande probabilidade de morrer. Se a artéria que rompe for de muito pequeno calibre, a pessoa fica com menos sintomas e menos hipóteses de ficar incapacitado ou de morrer. Os sintomas do AVC hemorrágico são parecidos aos do AVC isquémico e dependem, também, do calibre e da localização da artéria que se rompe, tendo em conta que, existem zonas do cérebro mais nobres, que outras. Já as causas, como a rutura do aneurisma cerebral, as malformações dos vasos sanguíneos, a angiopatia amiloide, doenças que afetam a coagulação e o uso incorreto de anticoagulantes ou antiagregantes, são bem diferentes das do AVC isquémico. Comum a ambos, permanece a hipertensão arterial não controlada e o uso de drogas de adição, incluindo o abuso do álcool. 

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